Antes de eu chegar, a solidão tinha-te entregue
demasiados corpos, que não acalmavam as feridas
cavadas nas profundezas da pele. Era assim que a
vida passava por ti, cansada de dias que acabavam
cedo demais, de vozes que vinham de muito longe
e traziam as mãos vazias e silenciosas.
Foi assim que te encontrei, enquanto procurava a
lembrança de todas as palavras que perdi, eu,
tão pequena e perdida no caminho dos teus abraços.
Foram escuros os passos que nos trouxeram até
aqui. Mas resta-nos agora tempo, para aprender
a desenhar este sorriso de gostar de ti.